Nas palavras de Rubens Borba de Moraes, a Relação da entrada é sem dúvida o primeiro livro (na realidade, um panfleto) publicado no Rio de Janeiro (e no Brasil) por Antonio Isidoro da Fonseca. Não se sabe se ele imprimiu mais do que três ou quatro outros, como nos faz supor a Provisão de 5 de julho de 1747 (o mesmo ano de publicação da Relação), que considera custosa e desnecessária a arte no Brasil, proibindo impressão e venda de livros sem as devidas autorizações. Os tipos móveis de Isidoro da Fonseca são então confiscados e remetidos para Portugal, com custo para o impressor.

A Provisão encerrou as atividades do impressor no Brasil. Apesar de seu retorno à Lisboa, em 1750 fez nova tentativa de restabelecer sua oficina em terras brasileiras, negado pela corte.

Não muito mais é conhecido a respeito desse primeiro impressor no Brasil. Somente em 13 de maio de 1808 iria o Rio de Janeiro ter sua primeira oficina tipográfica oficial, com a vinda da família real.

A Relação deve ter sido editada com poucos exemplares e provavelmente o encerramento das atividades tenha resultado em perda de cópias. O fato é que pouquíssimas copias existem hoje, talvez cinco ou seis, das quais duas se encontram na Biblioteca Nacional do Brasil e uma no Ministério das Relações Exteriores. As cópias da Biblioteca Nacional têm diferenças entre si: uma tem um erro de impressão na última palavra da linha abaixo do nome do autor: “uurzentes”; outra tem o erro de impressão corrigido: “Auzentes” (esta também é a cópia da JCB).

O exemplar do Ministério das Relações Exteriores tem erro de impressão na data de publicação: M.CC.XLVII em vez de M.DCCXLVII. Em resumo, pelo menos três diferentes impressões da Relação devem existir; uma comparação precisa das cópias existentes revelarão mais detalhes interessantes sobre o primeiro livro impresso no Brasil.

(Rubens Borba de Moraes, in Bibliographia Brasiliana, 1983 ed., p. 239-40)